Renúncia do Governador do Tocantins

Na última sexta-feira, dia 11/03, o Superior Tribunal de Justiça (STF) decidiu pela Renúncia do Governador do Tocantins, Mauro Carlesse. Ele estava afastado do cargo desde outubro/2021.

Mas o que aconteceu?

O Governador do Tocantins, Mauro Carlesse (União), que estava afastado do cargo desde outubro, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), renunciou ao cargo na última sexta-feira (11).

O afastamento ocorreu em razão do governador ter sido alvo de duas operações da Polícia Federal, em outubro do ano passado, acusado de comandar um esquema de pagamento de propinas dentro do plano de saúde dos servidores do estado do Tocantins.

Vale lembrar que na quinta-feira (10/03) a Assembleia Legislativa do Tocantins havia aprovado, em primeiro turno, por unanimidade, o parecer do relator da Comissão Especial, Deputado Junior Geo (PROS), favorável ao impeachment de Carlesse que estava em tramitação na Assembleia.

Com a renúncia de Carlesse, que veio poucas horas antes da abertura da sessão que votaria o impeachment em 2º turno, o processo foi extinto. Com isso, o cargo de Governador ficou vago de forma definitiva e, poucas horas depois, ainda na noite de sexta-feira, Wanderlei Barbosa (Sem partido), que comandava o Governo de forma interina, assumiu de forma definitiva o comando do Executivo.

Histórico

Esse é o segundo processo de afastamento de um Governador enfrentado pelo Estado do Tocantins nos últimos 5 anos.

Em 2014, Marcelo Miranda (MDB) foi eleito para o comando do Estado para o mandato 2015 e 2018. Em 2017 começaram investigações contra o Governador que acabou resultando em seu afastamento do cargo, juntamente com sua vice, Claudia Lelis (PV).

Com a vacância do cargo em decorrência do afastamento do titular e vice, assumiu o comando Mauro Carlesse, então filiado ao PHS, que era Presidente da Assembleia Legislativa do Estado.

Ele comandou o Estado de forma interina entre março e junho e foi eleito em uma eleição suplementar, em junho, para um mandato tampão, que durou de junho de 2018 até o final daquele ano.

Em outubro, com as eleições gerais, Carlesse foi reeleito para o cargo, tendo Wanderlei Barbosa, então também do PHS, como seu vice.

O mandato de Carlesse seguiu até outubro do ano passado, tendo ele sido afastado do cargo por suspeita de comandar um esquema de pagamento de propinas dentro do plano de saúde dos servidores do Estado.

Com o afastamento, Barbosa assumiu o comando do Estado e desde então marcou seu rompimento com Carlesse. Já realizou uma reforma administrativa no primeiro escalão, trocando praticamente todo o Secretariado, e nos últimos dias anunciou o aumento no repasse para a alimentação escolar, que deve subir em 71% em relação aos valores até então adotados.

Ele deverá cumprir o mandato até o final do ano e já há especulações que deva disputar um segundo mandato nas eleições de outubro deste ano. Vale destacar que Barbosa em 2019 filiou-se ao PODEMOS, tendo permanecido na sigla até 2020. Sem partido desde então, especula-se que deva filiar-se agora ao Republicanos.

Quem é o novo Governador?

Natural de Porto Nacional, interior do Estado do Tocantins, com 58 anos,  começou a carreira política em 1989, quando se elegeu vereador pelo município. Em 1996 migrou para a capital e se elegeu vereador por Palmas, cargo que ocupou por vários mandatos sucessivos até 2010, chegando a presidir a câmara municipal ao longo de quatro anos.

Em 2010 se elegeu para o primeiro de dois mandatos como deputado estadual. Ele permaneceu nesta função até 2018, quando se afastou para disputar a eleição suplementar ao lado de Carlesse como vice-governador

Rérison Antonio, filho de Wanderlei Barbosa, foi nomeado presidente da Agência de Metrologia do Tocantins em 2019 e segue ocupando o cargo.

É tido como um nome de perfil técnico e sem envolvimento em polêmicas ou investigações.

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