Convenções e alianças aceleram a disputa eleitoral. Nos últimos dias foram registradas as convenções partidárias que oficializaram a candidatura dos principais nomes que concorrem nas Eleições 2022 ao cargo de Presidente da República.

O time do Radar Governamental não ficou de fora e acompanhou os principais assuntos do plano de governo dos candidatos. Confira agora um resumo do que foi apresentado:

CIRO

Candidatura sem alianças

Convenções e alianças aceleram a disputa eleitoral

Ciro formalizou na última semana sua candidatura à Presidência, contudo, o nome do vice ainda permanece em aberto. Ciro limitou-se a dizer que o nome será anunciado nas próximas semanas e que deverá ser de uma mulher. Salientou ainda que Carlos Lupi, presidente do partido, está em negociações e que o tempo da política não é o mesmo tempo da sociedade, por isso esse lapso de tempo na divulgação. Especulações apontam que Suely Vilela, ex-reitora da USP e recém filiada ao PDT possa ser o nome indicado.

Em uma cartada final, Ciro contava com um possível apoio do PSD, de Gilberto Kassab. No entanto, o apoio não chegou e a sigla anunciou que deve manter neutralidade no pleito, fazendo com que o PDT vá para a disputa sem alianças.

No mesmo evento, Leila Barros (PDT-DF), foi anunciada pré-candidata ao Governo do DF e Roberto Cláudio (PDT), ex-Prefeito de Fortaleza, como pré-candidato a Governador do Ceará, tendo Domingos Filho como candidato a vice. Para contrapor a candidatura de Cláudio, especula-se que o PT/PSB deva apoiar o nome de Eunício Oliveira (MDB), que até então se coloca como candidato a Deputado Federal. Apesar da divergência entre PDT e PSB/PT, quem lidera no Ceará é o Capitão Wagner – que é apoiado por Bolsonaro. Desse modo, a disputa entre as três siglas, PDT e PT/PSB, deve ser mais por quem vai para o 2º turno com Wagner, dado o cenário atual.

A convenção foi realizada de forma híbrida, simultaneamente presencial, na sede nacional da legenda em Brasília (DF) e virtual, pela plataforma Zoom. 

LULA

Consolidação do cenário e últimos impasses

Convenções e alianças aceleram a disputa eleitoral

Lula oficializou sua candidatura e de Alckmin como vice em reunião a portas fechadas e com poucos dirigentes partidários, no dia 21. As repercussões mesmo ficaram por conta de evento realizado em Pernambuco no mesmo dia. No dia anterior, Lula visitou Caetés, sua terra natal que era um povoado de Garanhus quando ele nasceu em 1945, além de ter passado em Serra Talhada.

Na ocasião foram dadas manifestações de apoio aos seguintes candidatos: ex-Deputado federal Silvio Costa, candidato a suplente no Senado, ao Deputado estadual Eriberto Medeiros (PSB), candidato a deputado federal, a Danilo Cabral (PSB) e Luciana Santos (PCdoB), candidatos a Governador e vice-Governador, respectivamente, em Pernambuco e Teresa Leitão (PT), candidata ao Senado Federal por Pernambuco. 

Além disso, nas falas de Lula houve destaque para a promessa de taxar lucros e dividendos, críticas ao formato de trabalho intermitente aprovado no governo Temer e ao homeschooling.  

Em Pernambuco, vale sinalizar, o PT enfrenta um impasse com seu próprio eleitorado. A princípio, a sigla teria como candidata Marília Arraes, até então filiada ao partido. O apoio, no entanto, voltou-se à candidatura de Danilo Forte como parte da negociação para que o PT garantisse o apoio do PSB. Cenário próximo ao de São Paulo que a sigla renunciou a uma candidatura própria e desistiu de apoiar o nome de Guilherme Boulos (PSOL) para sedimentar a candidatura de Marcio França (PSB) ao Senado Federal. Com a guinada para outro nome, Marília Arraes saiu do partido e foi para o Solidariedade, onde hoje é pré-candidata ao Governo do Estado. 

O movimento, como pontuado, causou impasse com parte do eleitorado petista que pede que a sigla retome aliança com Marília.

BOLSONARO

Convenção convoca manifestações

Convenções e alianças aceleram a disputa eleitoral

O PL fez sua convenção no domingo, para confirmar a candidatura de Bolsonaro à reeleição e o evento não teve muitas novidades. Braga Netto (PL) foi confirmado como candidato a vice. Bolsonaro repetiu críticas aos membros do Supremo Tribunal Federal – a quem chamou de “surdos de toga” – e pediu a presença de seus apoiadores nas ruas no dia 7 de setembro.

Pesquisas divulgadas nos últimos dias (Genial/Quaest) relatam tanto o crescimento de Bolsonaro nas intenções de voto quanto a diminuição da rejeição ao trabalho do governo. No Rio de Janeiro, por exemplo, Bolsonaro conseguiu diminuir pela metade a distância que o separa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, as pesquisas ainda não foram completamente afetadas pelo pacote social pré-eleitoral explorado nas últimas semanas pelo governo. O preço dos combustíveis já é sentido diretamente no bolso do cidadão, mas o Auxílio Brasil, com acréscimo de R$ 200,00 (valor total de R$ 600,00), além da ampliação do vale-gás, que inclusive foi antecipado em cerca de 10 dias, só começam a ser pagos em 09/08, assim como o Bem Caminhoneiro, este no valor de R$ 1.000,00 e o Bem Taxista, este, a partir de 16 de agosto. As pesquisas realizadas a partir da segunda quinzena de agosto devem mostrar melhor o efeito destas movimentações.

As manifestações citadas pelo Presidente têm estado na pauta de aliados do Presidente desde meados de maio. Alguns consideram a data como o “Dia D” para o Presidente e projetam a participação das forças armadas.

Na avaliação de outros partidos, o dia é tido como uma data decisiva para o Presidente, que poderá inflar mais ainda sua retórica agressiva subindo o tom contra o sistema eleitoral e contra os outros poderes. Grupos de oposição ao Presidente, como o PT, devem evitar um confronto direto e se esquivar de manifestações na data, marcando atos para o dia 10 de setembro em comemoração a semana da independência.

SIMONE TEBET

O lançamento da candidata Simone Tebet está programado para esta semana, na quarta-feira (27).

Ataque às urnas

A reunião promovida pelo presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, em que ele apresentou críticas sobre o sistema eleitoral, continuou pautando o debate político. Há várias vertentes que se desdobram a partir do episódio, como a pressão para que o presidente da Câmara, Arthur Lira, se pronuncie; a expectativa para uma eventual ação do procurador Augusto Aras em resposta ao caso; e a reação de outros segmentos diante do quadro.

A Fiesp elaborou um documento em defesa do sistema eleitoral em que cita que “A estabilidade democrática e o respeito ao estado de direito são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios”. No documento, a entidade também apresenta sugestões para a condução da economia. 

Na mesma linha, devemos ter no dia 11 de agosto a publicação de dois manifestos em defesa do estado democrático de direito. Um, assinado por intelectuais e juristas, a ser lido na Faculdade de Direito da USP. E o outro, de produção de representantes do capital financeiro.

Há ainda uma mobilização para que o governo dos EUA “proteja” o Brasil no caso de alguma reação do presidente Bolsonaro a uma eventual derrota em outubro. A movimentação, relatada pela jornalista Andreia Sadi, deve envolver 18 entidades brasileiras e o Departamento de Estado dos EUA. 

O quadro descrito acima sugere um isolamento de Bolsonaro em relação ao assunto. Até aliados dele, como o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas, já declararam não ver problema no sistema eleitoral. Na mão oposta, porém, o presidente vem recuperando terreno e se fortalecendo na busca pela reeleição.

Em São Paulo o candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas precisa conter o avanço de Rodrigo Garcia (PSDB), atual Governador. Garcia tem atraído apoio de bolsonaristas e a aliança capitaneada pelo PL no plano nacional não se repetirá em São Paulo. Com isso, Tarcísio buscará colar ainda mais sua imagem a Bolsonaro – o que revela uma mudança de padrão em relação ao adotado nas últimas semanas, quando o ex-ministro não queria ser visto como “radical”, rótulo geralmente aplicado ao presidente.

Artigo escrito por Juliana Celuppi

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