“Em busca de um vice”, por Gabriel Pandini
A um ano das eleições de 2026, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), é o favorito para vencer as eleições para o governo do estado. Para chegar ao seu quarto mandato como prefeito da capital, que obteve nas eleições de 2022, Paes contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi reeleito em primeiro turno com 60% dos votos, deixando para trás os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), escolhido por Jair Bolsonaro para representar a direita, e Tarcísio Motta (PSOL), que fazia o papel de “opositor à esquerda” do pessedista. Apesar de Paes ter negado por mais de uma oportunidade ao longo de sua campanha de 2022 e também em julho de 2025 a hipótese de ser candidato ao Palácio Guanabara, o prefeito deixou escapar suas reais intenções no início de agosto, ao declarar que o vice-prefeito Eduardo Cavaliere (PSD) “será o prefeito mais jovem da história do Rio com 30, 31 anos (a idade atual de Cavaliere)”.
A pesquisa mais recente de intenção de voto, divulgada pelo Real Time Big Data, mostra o prefeito com 61% em um dos cenários, em que seus concorrentes são o atual presidente da ALERJ, Rodrigo Bacellar (União), a vereadora Mônica Benício (PSOL) e Ítalo Marsili (Novo). Além de ser mais conhecido, Paes possui apoio e proximidade com o governo federal.
Mas aí nasce a grande questão: quem será o candidato a vice na chapa de Paes?
Os nomes até então aventados são os de Jorge Miranda, prefeito de Mesquita, e os ex-prefeitos André Português (Miguel Pereira) e Rogério Lisboa (Nova Iguaçu). O intuito é claro: ampliar a presença de Paes na Baixada Fluminense e na Região Serrana, bem como aumentar a capilaridade do prefeito na centro-direita. Jorge Miranda é filiado ao Podemos; Português e Lisboa, ao PP. Além disso, também se levanta a possibilidade de um nome ligado a Washington Reis, ex-prefeito de Duque de Caxias e presidente do MDB-RJ, compor a chapa como vice de Eduardo Paes. Vale lembrar que Reis chegou a ser candidato a vice do atual governador, Cláudio Castro, mas renunciou à candidatura após ser considerado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Reis é ligado ao pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, com quem Paes tem boa relação. Em 2018, mesmo com o apoio (velado e implícito) do então candidato a presidente Jair Bolsonaro a Wilson Witzel (à época, no PSC), Malafaia apoiou Eduardo Paes no segundo turno para o governo, em que Witzel e Paes se enfrentaram e o aual prefeito perdeu. Além disso, vale lembrar que Paes, embora tenha proximidade e boa relação com o governo Lula, está longe de ser um nome de esquerda e que defenda de forma apaixonada as pautas que o afastariam do eleitorado evangélico (como as chamadas “pautas de costumes”). A busca por um nome de centro-direita, portanto, não contrastaria com a história e os objetivos eleitorais de Paes.
E é nessa conjuntura que o PT fica de fora: ainda que tenha o objetivo de compor a chapa, Paes sabe que um vice do PT em nada ajudaria sua candidatura a crescer em regiões onde ainda não possui tanta capilaridade e entre as parcelas do eleitorado em que ele precisa de mais força. Apesar de seu favoritismo, Paes não ignora a possibilidade de surpresas. Em 2018, ele próprio era candidato ao governo em uma chapa de centro e acabou dragado pela onda bolsonarista que colocou Witzel mais de 20 pontos percentuais à frente dele ao fim do primeiro turno.
É muito cedo para cravar quem será o vice de Eduardo Paes. Mas conhecendo a política fluminense, que não premia escolhas erradas, apoios mal-explicados e está suscetível a mudanças abruptas (a eleição de Witzel para o governo e Arolde de Oliveira para o Senado, em 2018, são bons exemplos), é nítido que Paes não terá margem de erro para a escolha de um vice. Uma movimentação errada pode colocar seu favoritismo em xeque.
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